terça-feira, 8 de abril de 2014

Sob o cerco do mar: Mudança climática fará com que países inteiros desapareçam, deixando milhões de refugiados

Por GARDINER HARRIS
DAKOPE, Bangladesh - Quando uma forte tempestade destruiu sua casa ribeirinha, em 2009, Jahanara Khatun perdeu mais do que um teto. Na sequência, seu marido morreu, e ela ficou tão desamparada que vendeu seus filhos num vínculo de servidão. Khatun agora vive em um barraco de bambu que fica abaixo do nível do mar. Ela passa os dias recolhendo esterco de vaca para usar como combustível e luta para cultivar hortaliças no solo envenenado pela água salgada.
Os climatologistas preveem que essa área será inundada por causa do aumento do nível do mar e pela intensificação das ressacas marítimas. Um ciclone ou outro desastre podem facilmente varrer novamente a sua vida. Khatun faz parte dos milhões de pessoas com os dias contados nesta vasta paisagem de ilhas fluviais, cabanas de bambu, decisões dolorosas e esperanças impossíveis.
A mudança climática já está provocando efeitos em todos os continentes e em todos os oceanos, segundo relatório apresentado em 31 de março por cientistas reunidos em Yokohama, no Japão. Eles alertaram que o problema tende a piorar substancialmente, a menos que as emissões de gases de efeito estufa sejam controladas.
O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, grupo das Nações Unidas, concluiu que as calotas polares estão derretendo, o gelo marinho no Ártico está em colapso, o abastecimento de água está sobrecarregado, ondas de calor e chuvas fortes estão se intensificando, os recifes de corais estão morrendo e os peixes e muitas outras criaturas estão migrando para os polos ou sendo extintos.
Porém, o pior ainda está por vir, disseram os cientistas no segundo de três relatórios que devem influenciar o debate a respeito de um novo tratado climático global no ano que vem. O relatório enfatizou, em especial, o risco considerável ao abastecimento alimentar do planeta -ameaça que pode ter sérias consequências para nações mais pobres.
"Ninguém ficará intocado pelos impactos da mudança climática", disse Rajendra Pachauri, presidente da comissão.
No topo da pauta está a previsão de que o nível global do mar pode subir até um metro neste século. Tal aumento será desigual por causa dos efeitos gravitacionais e da intervenção humana, de modo que prever o seu resultado em qualquer lugar é difícil. Mas nações insulares, como Maldivas, Kiribati e Fiji, podem perder grande parte do seu território, e milhões de bengaleses terão que ser deslocados. "Há muitos lugares no mundo sob risco de elevação do nível do mar, mas Bangladesh está no topo da lista", disse Rafael Reuveny, professor na Universidade de Indiana, em Bloomington. Os efeitos da mudança climática têm levado a um crescente sentimento de indignação nos países em desenvolvimento. Muitos deles sofrerão em cheio as consequências do aumento das temperaturas e do nível do mar, apesar de terem contribuído pouco para a poluição apontada como a causa desses problemas.
Em uma conferência climática em Varsóvia, em novembro, houve uma emotiva manifestação de países que enfrentam ameaças existenciais, entre eles Bangladesh, que produz apenas 0,3% das emissões responsáveis pela mudança climática. Alguns líderes exigiram que os países ricos compensem as nações pobres pelo fato de serem os ricos os maiores poluidores da atmosfera. Alguns dizem que os países desenvolvidos devem abrir suas fronteiras aos migrantes climáticos. "É uma questão de justiça global", disse Atiq Rahman, do Centro de Estudos Avançados de Bangladesh. Deltas fluviais do mundo todo estão particularmente vulneráveis aos efeitos da elevação do nível dos mares, e cidades mais ricas, como Londres, Veneza e Nova Orleans, também enfrentam um futuro incerto.
Bangladesh contribui pouco para a poluição atmosférica, mas sua necessidade de extrair água subterrânea para abastecer a população -já que os rios estão poluídos demais- faz a terra ceder. Assim, enquanto o nível do mar está subindo, as cidades bengalesas estão afundando.
Políticos e cientistas climáticos de Bangladesh concordam que, até 2050, o aumento do nível do mar inundará cerca de 17% do território e obrigará o deslocamento de cerca de 18 milhões de pessoas, segundo Rahman.
Os bengaleses já começaram a se afastar das aldeias mais baixas nos deltas fluviais da baía de Bengala, segundo cientistas.
Grande parte do que o governo de Bangladesh está fazendo para tentar impedir o dilúvio -erguendo diques, dragando canais, bombeando água- agrava a ameaça de inundação a longo prazo, disse John Pethick, ex-professor da Universidade de Newcastle, no Reino Unido. Ele previu que o mar pode subir até quatro metros em Bangladesh até 2100, aumento que teria consequências desastrosas num país onde quase um quarto do território está menos de dois metros acima do nível do mar.
"Precisamos de uma solução regional e global", disse Tariq Karim, embaixador de Bangladesh na Índia. "E, se não conseguirmos uma logo, o povo de Bangladesh em breve vai se tornar um problema do mundo, porque não seremos capazes de contê-lo."
Karim estimou que 50 milhões de bengaleses poderão fugir do país até 2050, se o nível do mar subir conforme o esperado.
Os sinais de erosão já estão por toda parte no delta do Ganges -o maior delta do mundo, que drena grande parte da água proveniente do Himalaia. Alicerces de tijolos estão partidos ao meio, palmeiras crescem no meio dos rios e um gado esquálido pasta em poucas centenas de metros quadrados. Os campos estão polvilhados de sal.
Alguns cientistas acreditam que o aumento das temperaturas levará a condições climáticas mais extremas em todo o mundo, incluindo ciclones mais fortes e mais frequentes na baía de Bengala. A elevação dos mares vai tornar qualquer tempestade mais perigosa, porque as áreas baixas ficarão mais expostas a inundações.
Bangladesh criou um sistema de alerta e construiu pelo menos 2.500 abrigos de concreto contra tempestades, melhorias que reduziram o número de mortes relacionadas a tormentas. Enquanto o ciclone Bhola matou mais de 550 mil pessoas em 1970, o ciclone Aila, em 2009, deixou 300 mortos.
Quando o Aila chegou, Khatun estava em casa com seu marido, seus pais e quatro filhos. Um caminho à beira do rio, a poucos metros da sua casa, desmoronou, e a cabana da família foi levada embora em questão de minutos. Khatun colocou seu filho mais novo nas costas e, com o marido, lutou contra a enxurrada até chegar a uma estrada mais elevada. Seus pais foram arrastados. "Depois de mais ou menos um quilômetro, consegui agarrar uma árvore", disse Abddus Satter, pai de Khatun. "E consegui ajudar minha mulher a se agarrar também."
Toda a família se reuniu na estrada no dia seguinte, depois de as crianças passarem uma noite angustiante evitando as cobras, que também haviam procurado um lugar mais alto. Eles beberam a água da chuva até que as equipes de resgate chegassem. Essa provação teve um efeito sobre o marido de Khatun, cuja saúde se deteriorou.
Para pagar o tratamento dele e o custo de reconstruir a cabana, a família pegou dinheiro emprestado de um agiota. Em troca, Khatun e seus três filhos mais velhos, então com 10, 12 e 15 anos, prometeram trabalhar em uma olaria. Um ano depois, para pagar dívidas, ela vendeu outros dois filhos por US$ 450 para o proprietário de outra olaria. Seu marido morreu quatro anos depois da tempestade.
Em uma entrevista, um dos filhos dela, Mamun Sardar, agora com 14 anos, disse que trabalha de sol a sol levando tijolos até o forno da olaria. Ele disse que sentia saudades da mãe, "mas ela mora muito longe".
FIJI
Tal como Kiribati, seu vizinho no Pacífico, Fiji está vendo os efeitos do avanço marítimo, e o governo já começou a realocar moradores das ilhas exteriores do arquipélago e das áreas costeiras de baixa altitude para o interior da ilha principal. Moradores foram retirados da aldeia costeira de Vunidogoloa depois que a água salgada arruinou o solo para cultivo.
As autoridades também estão investindo em outras medidas de adaptação: estão construindo usinas de dessalinização e tanques de água em ilhas vulneráveis do norte do país e continuam fazendo planos para realocar pessoas.
Ao mesmo tempo, Fiji reconhece que a sua situação não é tão terrível quanto a de nações como Kiribati e Tuvalu, que, segundo os cientistas, provavelmente irão desaparecer até 2100. O presidente de Fiji, Ratu Epeli Nailatikau, disse que vai acolher as populações em fuga desses países, um gesto que poderá sobrecarregar os recursos e o território fijianos, também em declínio.
PANAMÁ
O arquipélago de San Blas, com mais de 350 ilhas de areias brancas salpicadas por toda a costa caribenha do Panamá, é há milênios o lar do povo kuna. Agora, a elevação do nível do mar e as ressacas mais fortes estão inundando suas aldeias. Cientistas do Instituto Smithsonian de Pesquisas Tropicais estimam que o nível do mar em torno das ilhas esteja subindo cerca de dois centímetros por ano e que as ilhas estarão submersas dentro de 20 a 30 anos.
O governo está desenvolvendo um plano para transferir os kunas para o continente, mas esse grupo desconfia do governo, e muitos estão resistindo à proposta.
"O governo do Panamá reconhece que muitas das pessoas não querem ser transferidas", disse Scott Leckie, da organização Displacement Solutions, de Genebra, que trabalha com pessoas desabrigadas pela mudança climática. "Quanto mais jovem é a pessoa, mais propensa está a aceitar a mudança. As pessoas com mais condições físicas e mais formação se mudam primeiro. As mais doentes, as mais velhas, as mais fracas e as mais incapacitadas -as menos dispostas a se mudarem- serão as deixadas para trás."
Regiões ameaçadas Algumas áreas do globo estão especialmente vulneráveis à elevação do nível dos mares. À medida que a terra recua sob o avanço das águas, as pessoas se veem obrigadas a tomar difíceis decisões. Os governos enfrentam os vultosos custos da construção de quebra-mares e da transferência de populações ameaçadas -em alguns casos, precisando encontrar novos lares para nações insulares inteiras.
ESTADOS UNIDOS
Embora os mares estejam subindo no mundo todo, o fenômeno não ocorre em ritmo igual no planeta inteiro. Um estudo de 2012 do Departamento de Pesquisas Geológicas dos EUA concluiu que o nível do mar na Costa Leste aumentará três ou quatro vezes mais rapidamente do que na média global no próximo século. Enquanto na média global a estimativa seja de que o nível do mar suba um metro até 2100, na costa atlântica dos EUA a elevação pode chegar a dois metros. O estudo cita Boston, Nova York e Norfolk (Virgínia) como as áreas metropolitanas mais vulneráveis.
Outro estudo mostrou que uma elevação ligeiramente inferior a meio metro já exporia imóveis num valor de US$ 6 trilhões a inundações litorâneas nas regiões de Baltimore, Boston, Nova York, Filadélfia e Providence (Rhode Island). Isso gera enormes dúvidas sobre o destino do porto de Boston, onde os incorporadores vêm investindo milhões em projetos de construção.
Os urbanistas anteveem um futuro em que ressacas inundarão enormes faixas de Boston. Eles desenvolveram um plano de ação climática descrevendo como a cidade pode se preparar melhor para o desastre.
Miami está construída sobre uma porosa fundação de calcário, na costa sul da Flórida, o que a torna extremamente vulnerável à elevação do nível do mar, segundo um esboço da Avaliação Climática Nacional feito pelo governo federal em 2013. Como o gelo do Ártico continua a derreter, as águas nos arredores de Miami podem subir mais do que meio metro até 2060, de acordo com um relatório do Compacto Regional do Sudeste da Flórida para a Mudança Climática.
Os moradores dizem que já estão sofrendo efeitos com a inundação de ruas e sistemas de esgoto. O calcário poroso cria uma ameaça ímpar, já que a água do mar se infiltra pelas fundações da cidade.
"Você não está necessariamente recebendo água que transborda sobre uma barreira -em vez disso, ela está se drenando pelo calcário e subindo pelos bueiros", disse Leonard Berry, codiretor da Iniciativa para as Mudanças Climáticas da Universidade Atlântica da Flórida. "Isso já está acontecendo."
Um estudo do Departamento de Transportes da Flórida concluiu que, nos próximos 35 anos, o aumento do nível do mar pode danificar estradas vicinais na região de Miami e que, a partir de 2050, as principais rodovias litorâneas também sofrerão inundações significativas e ficarão deterioradas, à medida que o calcário sob elas ficar saturado e se desmanchar.
NYT, 08.04.2014
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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Impactos mais graves no clima do país virão de secas e de cheias: Brasileiros em painel da ONU dizem que país precisa se preparar para problemas opostos em diferentes regiões

Para cientistas do IPCC, apesar de nações pobres serem menos estudadas que as ricas, projeções têm boa confiabilidade
GIULIANA MIRANDAENVIADA ESPECIAL AO RIO
As previsões regionais do novo relatório do IPCC (painel do clima da ONU) aponta como principais efeitos da mudança climática no país problemas na disponibilidade de água, com secas persistentes em alguns pontos e cheias recordes em outros.
Lançado anteontem no Japão, o documento do grupo de trabalho 2 do IPCC dá ênfase a impactos e vulnerabilidades provocados pelo clima ao redor do mundo. Além de listar os principais riscos, o documento ressalta a necessidade de adaptação aos riscos projetados.
No Brasil, pela extensão territorial, os efeitos serão diferentes em cada região.
Além de afetar a floresta e seus ecossistemas, a mudança climática deve prejudicar também a geração de energia, a agricultura e até a saúde da população.
"Tudo remete à água. Onde nós tivermos problemas com a água, vamos ter problemas com outras coisas", resumiu Marcos Buckeridge, professor da USP e um dos autores do relatório do IPCC, em entrevista coletiva com outros brasileiros que participaram do painel.
Na Amazônia, o padrão de chuvas já vem sendo afetado. Atualmente, a cheia no rio Madeira já passa dos 25 m --nível mais alto da história-- e afeta 60 mil pessoas.
No Nordeste, que nos últimos anos passou por secas sucessivas, as mudanças climáticas podem intensificar os períodos sem chuva, e há um risco de que o semiárido vire árido permanentemente.
Segundo José Marengo, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e um dos autores principais do documento, ainda é cedo para saber se a seca persistente em São Paulo irá se repetir no ano que vem ou nos outros, mas alertou que é preciso que o Brasil se prepare melhor.
MITIGAR E ADAPTAR
O IPCC fez previsões para diferentes cenários, mas, basicamente, indica que as consequências são mais graves quanto maiores os níveis de emissões de gases-estufa.
"Se não dá para reduzir as ameaças, precisamos pelo menos reduzir os riscos", disse Marengo, destacando que, no Brasil, nem sempre isso acontece. No caso das secas, a construção de cisternas e a mobilização de carros-pipa seriam alternativas de adaptação. Já nos locais onde deve haver aumento nas chuvas, a remoção de populações de áreas de risco, como as encostas, seria a alternativa.
Carolina Dubeux, da UFRJ, que também participa do IPCC, afirma que, para que haja equilíbrio entre oferta e demanda, é preciso que a economia reflita a escassez dos recursos naturais, sobretudo em áreas como agricultura e geração de energia.
"É necessário que os preços reflitam a escassez de um bem. Se a água está escassa, o preço dela precisa refletir isso. Não podemos só expandir a oferta", afirmou.
Neste relatório, caiu o grau de confiança sobre projeções para algumas regiões, sobretudo em países em desenvolvimento. Segundo Carlos Nobre, secretário do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, isso não significa que o documento tenha menos poder político ou científico.
Everton Lucero, chefe de clima no Itamaraty, diz que o documento será importante para subsidiar discussões do próximo acordo climático mundial. "Mas há um desequilíbrio entre os trabalhos científicos levados em consideração pelo IPCC, com muito mais ênfase no que é produzido nos países ricos. As nações em desenvolvimento também produzem muita ciência de qualidade, que deve ter mais espaço", disse.
Folha, 02.04.2014

terça-feira, 1 de abril de 2014

Documento da ONU adverte que metas de redução de emissões não serão alcançadas


terça-feira, 1 de abril de 2014 12:44 BRT
 
Por Alister Doyle
OSLO, 1 Abr (Reuters) - O mundo vai precisar de restrições muitos mais severas aos gases do efeito estufa, tanto por parte de países desenvolvidos como das economias emergentes, para evitar que o aquecimento global ultrapasse o teto da meta, de acordo com o rascunho de um relatório da ONU.
Países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, teriam de reduzir as emissões pela metade até 2030 em relação aos níveis de 2010 para limitar o aquecimento em até 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, de acordo com o relatório preliminar obtido pela Reuters.
A Ásia, que inclui a China e a Índia, teriam de limitar as emissões para os níveis de 2010 até 2030, como parte de uma divisão global, um objetivo difícil para países que afirmam ser necessária a queima de mais combustíveis fósseis para ajudar a acabar com a pobreza.
"A estabilização das concentrações de gases de efeito estufa exigirá transformações em larga escala nas sociedades", afirma o capítulo 6 do relatório produzido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) que deve ser divulgado em Berlim, em meados de abril.
A maioria dos governos não está planejando restrições tão rigorosas, temendo que sejam economicamente incapacitantes. As temperaturas estão em vias de exceder o limite máximo, definido por cerca de 200 nações em 2010, de até 2 graus Celsius acima da época pré-industrial.
Mesmo assim, as restrições marcam uma mudança no debate sobre mudanças climáticas, que tem se concentrado mais em países emissores ricos.
"As implicações para todos os grandes emissores são rigorosas", disse Alden Meyer, Union of Concerned Scientists. "Todos eles têm agora algo com o que se preocupar". Como outros entrevistados, ele ainda não teve acesso ao relatório.
Os países em desenvolvimento têm frequentemente citado o relatório anterior do IPCC, de 2007, segundo o qual nações industrializadas deveriam reduzir emissões para entre 25 e 40 por cento abaixo dos níveis de 1990 até 2020. O documento não contém metas tão claras para países emergentes.
As reduções em países ricos estão muito aquém do 25 a 40 por cento. A União Europeia, com os planos mais ambiciosos entre os países desenvolvidos, está considerando cortes de 40 por cento abaixo dos níveis de 1990 até 2030.
O relatório de Berlim para uma solução da questão das mudanças climáticas vem após um relatório do IPCC sobre os impactos do aquecimento divulgado no Japão na segunda-feira que afirma que o mundo está, em muitos casos, mal preparado para mudanças graves e talvez irreversíveis.